
O jornalista Domingos Meirelles participou de uma palestra na academia de letras de Belo Horizonte na quinta feira (03/04/2008). A palestra foi aberta a todos, mas teve uma presença marcante de estudantes e professores de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá.
Meirelles contou um pouco da sua vida particular e profissional. Nascido de uma família simples, Domingos trabalhava vendendo e consertando máquinas de escrever, no prédio do jornal “A última Hora” no Rio de Janeiro, onde ficava prestando atenção em todos que entravam, foi ai que surgiu a oportunidade de trabalhar dentro do jornal, e depois dessa oportunidade não parou mais.
O jornal era de resistência e fazia denúncias políticas. Era o único jornal que resistia ao golpe de 64, enquanto que o restante não ficava contra e apenas relatava o que estava acontecendo. Por ser um jornal de resistência o Último Hora sofreu uma invasão de um grupo militar que destruiu todo o jornal. Mas isso não impediu que ele continuasse seu trabalho. O jornalista foi convidado a trabalhar na editora Abril. Depois foi convidado a trabalhar na revista “Realidade”, onde fez duas matérias de muito sucesso. “Um cego tira carteira de motorista” e “Quarenta e oito carros roubados no Brasil circulam no Paraguai”.
Domingos Meirelles trabalhou também no Jornal da Tarde, Jornal O Globo, Jornal O Estadão e depois de passar por todos esses veículos impressos é que foi para a televisão. “Fui mal recebido pela TV Globo. Participei do Jornal Nacional aos trancos e barrancos e depois fui para o Fantástico, onde fui bem recebido”, declarou.
Seu trabalho como jornalista rendeu alguns livros de documentários, entre eles As noites das grandes fogueiras, sobre a Coluna Prestes e 1930: os órfãos da Revolução, sobre o período compreendido entre 1927 e a Revolução de 1930.
Meirelles contou emocionado que teve dois exemplos de leitores de seus livros. “São cidadãos simples e humildes que leram o meu livro e que sem ter comprado, mas mesmo assim o leram. Um frentista no Rio de Janeiro e um funcionário do hotel Eldorado, também no Rio, que foi ao meu quarto pegar minha roupa para passar e me disse que já tinha lido meu livro duas vezes em uma biblioteca pública”, lembrou.
Sobre a profissão, ele diz está muito feliz, e disse para os estudantes não desanimarem. “Continuem em busca de seus sonhos, essa profissão de jornalista é muito gratificante, somos reconhecidos pelo que fazemos, e não pelo que somos”.
Um comentário:
Tive a oportunidade de assistir a palestra, e creio que todos presentes engrandeceram após conhecer a tragetória do jornalista.
Micheli Albanez
Postar um comentário